Notícia da canonização na 1ª página de L'Osservatore Romano

24 de março, 2017

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Notícia da canonização na 1ª página de L'Osservatore Romano

“Serão santos Francisco e Jacinta Marto” – assim anuncia o L’Osservatore Romano na sua edição de hoje, referindo-se à decisão do Papa Francisco de aprovar o milagre atribuído aos dois videntes de Fátima, última etapa no seu processo de canonização.
 

O órgão oficial do Vaticano, que noticia o fato na sua primeira página, recorda que a decisão do Papa ocorre no ano em que se celebra o Centenário das Aparições.

“Abre-se assim o caminho para a sua canonização, depois de João Paulo II os ter proclamado beatos a 13 de maio de 2000, celebrando a Missa no santuário mariano erigido no lugar onde os dois jovens (juntamente com a prima Lúcia de Jesus Rosa dos Santos, da qual no passado mês de fevereiro se encerrou o processo diocesano de beatificação) aconteceram as aparições da Virgem, ocorridas de 13 de maio a 13 de outubro de 1917”, refere o L’Osservatore Romano.

Por seu lado, o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, declarou-se “muito feliz, como ficam todos os portugueses e todos os católicos.

Para o Patriarca, “o mais importante”, isto é, a aprovação do milagre, “está feito”, restando agora saber onde e quando vai ter lugar a cerimónia de canonização dos mais jovens santos não-mártires da Igreja Católica.

O milagre agora aprovado, acrescentou D. Manuel Clemente, é “um grande sinal de Deus”, “de que as crianças e o que aconteceu é importante para elas e para todos”.

O Vaticano anunciou quinta-feira que o Papa Francisco tinha aprovado o milagre da cura de uma criança brasileira atribuído aos dois Beatos, última etapa do processo de canonização de Francisco e Jacinta Marto, iniciado há 65 anos.

A decisão sobre o local e data da cerimónia será tomada numa reunião do Papa Francisco com os cardeais (Consistório), marcada para 20 de abril.

Os irmãos Francisco e Jacinta Marto presenciaram, juntamente com a sua prima Lúcia, as Aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria, entre maio e outubro de 1917.

Francisco, que morreu com 11 anos, e Jacinta, que faleceu antes de completar 10 anos, estão sepultados na Basílica de Nossa Senhora do Rosário, em Fátima, juntamente com Lúcia.

O processo de canonização dos dois irmãos iniciou-se a 30 de abril de 1952, quando o bispo de Leiria, D. José Alves Correia da Silva, abriu os dois processos diocesanos sobre a fama de santidade e as virtudes dos dois irmãos.

Seguindo caminhos paralelos, a fase diocesana do processo de Jacinta é encerrada em 2 de julho de 1979, contendo 77 sessões e 27 testemunhos. O processo de Francisco é encerrado, um mês depois, a 1 de agosto, com 63 sessões e 25 testemunhos.

Dez anos depois, em 13 de maio de 1989, João Paulo II decreta a heroicidade das virtudes de Francisco e de Jacinta e os dois pastorinhos passam a ser considerados veneráveis, o que acontece pela primeira vez na História da Igreja Católica com crianças não-mártires.

A partir daqui os dois processos são unidos num só.

O passo seguinte no processo de beatificação de Francisco e de Jacinta ocorre dez anos depois, em 28 de junho de 1999, quando o Papa João Paulo II promulga o decreto sobre o milagre da cura de Emília Santos, obtido por intercessão dos dois Pastorinhos, abrindo o caminho à beatificação, cuja celebração veio a acontecer, em Fátima, no ano seguinte, em 13 de maio.

A beatificação estava a ser preparada para ter lugar em Roma, mas por vontade do Papa polaco, a celebração foi transferida para Fátima, onde João Paulo II beatifica Francisco e Jacinta Marto, apresentando-os à Igreja e ao mundo como «duas candeias que Deus acendeu para iluminar a humanidade nas suas horas sombrias e inquietas».

O decreto pontifício concede que os veneráveis Francisco e Jacinta sejam considerados beatos, com festa litúrgica a 20 de fevereiro.

A Irmã Lúcia esteve presente na celebração da beatificação dos primos e teve nessa altura o seu último encontro com João Paulo II.

A canonização é a confirmação, por parte da Igreja, de que alguém é digno de culto público universal (no caso dos beatos, o culto é diocesano) e de ser dado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.


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